Conheça
os principais inconvenientes que acometem as gestantes, suas causas e as saídas
para se ver longe deles
1.
Inchaço
- Causa
Durante a
gravidez, o volume sanguíneo que circula pelo corpo aumenta cerca de 60%. Esse
fenômeno favorece a retenção de líquidos, o que provoca o tão indesejado
inchaço em boa parte das gestantes. Nessa hora, é importante ficar atenta ao
peso. O recomendável é que as grávidas ganhem de 500 g a 1,5 kg por mês.
- Solução
Se o
inchaço for demasiado, é preciso reduzir a ingestão de sal, que contribui para
a retenção de líquidos. Além disso, para não engordar além da conta, é
necessário manter uma alimentação balanceada e praticar uma atividade física
regular – desde que não haja uma contraindicação para isso.
2. Nariz
entupido
- Causa
O aumento
do volume sanguíneo, associado aos estímulos hormonais próprios da gestação,
pode levar ao acúmulo anormal de líquidos nas mucosas nasais. É justamente a
formação desses edemas que faz com que a mulher fique fungando mesmo sem estar
gripada.
- Solução
Assoar e
limpar o nariz com água são medidas quase instintivas de qualquer gestante que
sofre com congestionamento nasal. O problema é que nem sempre essas medidas são
suficientes. Se você não dorme direito e tem muita dificuldade para respirar,
tente fazer uma inalação de soro fisiológico ou vapor. Caso persista o
desconforto, existem medicamentos que podem ser usados com moderação e sob
orientação médica, caso dos vasoconstritores, que são aplicados diretamente nas
vias nasais em forma de soro.
3. Dores
- Causa
O bebê
precisa de espaço para crescer. Por isso, a cada etapa da gestação, o útero se
expande e provoca desconfortos. Basicamente, ele repuxa ligamentos e comprime
vísceras, causando dores lombares, abdominais e laterais. O incômodo não é
contínuo. Manifesta-se de forma mais aguda durante o período de acomodação dos
órgãos, mas depois tende a perder intensidade, até cessar. Por causa disso, é
comum que a mulher tenha, durante os nove meses, entre 15 a 20 surtos de dor.
- Solução
Se a
sensação dolorosa for insuportável, os médicos costumam prescrever analgésicos
apropriados para gestantes – vale ressaltar que apenas seu obstetra pode
receitá-los. Pensar que em alguma hora as dores passam também pode tornar a
convivência com elas menos sofrida.
4. Prisão
de ventre
- Causa
A
progesterona produzida pela placenta para viabilizar a gravidez mexe com o
corpo da mulher. Isso ocorre porque o hormônio sexual feminino tem incontáveis
efeitos metabólicos. Um deles é o relaxamento muscular das paredes do tubo
digestivo, o que dificulta o movimento peristáltico. Em outras palavras, deixa
o intestino mais preguiçoso e provoca a famigerada prisão de ventre ou a
dificuldade em evacuar.
- Solução
Algumas
mulheres já convivem com o problema e a gravidez apenas o agrava. Nesse caso, é
importante seguir as orientações médicas. Comer mais fontes de fibras e beber
bastante água – pelo menos 2 litros por dia – ajuda, e muito. Alimentos como
mamão, laranja com bagaço, maçã com casca, verduras e grãos integrais,
especialmente a linhaça, são boas pedidas para auxiliar o bom funcionamento do
intestino. Quem preferir pode também incluir na dieta os leites fermentados e
iogurtes. São os chamados probióticos, conhecidas armas no combate à prisão de
ventre.
5.
Tontura
- Causa
A
irrigação sanguínea da placenta reduz a força de vazão de todo o sistema
circulatório da mulher. Resultado: cai a pressão arterial e a gestante enfrenta
uma espécie de letargia. É como se um grande lago se formasse no meio de um rio
tempestuoso e o deixasse mais calmo. Além de tontura, a grávida pode apresentar
sonolência, indisposição e desmaios. Esse quadro normalmente se acentua no
segundo trimestre da gravidez.
- Solução
Existem
medicamentos orais prescritos pelos médicos que podem ser carregados a tiracolo
– os chamados vasoconstritores. Devem ser administrados naquelas situações em
que a vista escurece ou há um mal-estar súbito. Deitar de lado e respirar fundo
também são medidas recomendáveis. Para prevenir essa situação, evite fazer
movimentos bruscos, como levantar-se rapidamente.
6. Enjoo
- Causa
As
náuseas decorrem da adaptação do organismo da gestante à desarticulação
hormonal. O aumento da produção da chamada gonadotrofina, substância que
garante o crescimento da placenta, a manutenção da gravidez e o desenvolvimento
do útero, é um dos responsáveis por esse fenômeno. O hormônio age no sistema
nervoso central e, devido a fatores neurológicos, a mulher acaba vomitando.
- Solução
Em geral,
a partir do terceiro mês de gravidez, a produção de gonadotrofina cai,
reduzindo e muito as indisposições. Para mulheres que sofrem demais com a
situação, há os medicamentos antienjoo, que só devem ser ingeridos com a
supervisão médica. Existem alguns truques que funcionam também. Um deles é
comer alimentos secos em jejum, antes mesmo de se levantar da cama, como duas
bolachas de água e sal. Essa medida simples neutraliza a acidez do estômago e
reduz o enjoo matinal. Outro truque muito utilizado é consumir gelo picado.
Você pode fazer isso usando um pano e um martelo para amassar as pedras. O gelo
dilata a saída do estômago e ajuda a esvaziá-lo, aliviando a sensação de
desconforto.
7.
Varizes e hemorroidas
- Causa
Com o
aumento do volume sanguíneo, os vasos periféricos tendem a se tornar mais
visíveis. Paralelamente, a veia que transporta o sangue do abdômen e dos
membros inferiores para o coração, chamada de cava inferior, pode sofrer
compressão conforme o útero se expande. Esse quadro costuma levar à estagnação
do sangue, favorecendo a formação de varizes, principalmente nas pernas e nas
veias do ânus, as populares hemorroidas.
- Solução
Para
prevenir varizes, o ideal é usar meias elásticas de média compressão, que
atenuam a dilatação dos vasos sanguíneos das pernas. No caso do surgimento de
hemorroidas, o mais indicado é um banho de assento, que reduz o inchaço e o
desconforto: sente cinco minutos em água bem quente e depois mude para água bem
gelada. E preste atenção na consistência de suas fezes porque a prisão de
ventre acentua as hemorroidas.
8.
Corrimentos
- Causa
Há o
aumento natural de secreção vaginal durante a gestação. O principal motivo é
hormonal, uma vez que a progesterona mexe com o metabolismo das mucosas do
canal urinário. Além de irritar a pele, o corrimento também pode ter odor
forte.
- Solução
Um banho
de assento com 1 litro de água e 2 colheres de bicarbonato de sódio é capaz de
neutralizar a acidez vaginal e reduzir a produção das secreções por três ou
quatro dias. Mas é preciso repetir a operação sempre que houver necessidade. No
entanto, é importante ficar atenta a esse tipo de problema. Caso o corrimento
tenha coloração mais amarelada e cause desconforto, procure seu médico.
Infecções vaginais podem levar a um parto prematuro.
9. Azia e
refluxo
- Causa
Os
efeitos hormonais que relaxam a musculatura do tubo digestivo não são
responsáveis apenas pela prisão de ventre. Associados à mudança de angulação do
canal digestivo em função do aumento do útero, eles também podem provocar o
refluxo gastresofágico. Ou seja, o retorno do conteúdo do estômago para o
esôfago seguido de azia ou inflamação. É aquela sensação de acidez e ardor de
que muitas grávidas se queixam.
- Solução
Evite
frituras, alimentos gordurosos ou muitos doces, cafeína e pimenta, além de
álcool e cigarro. Outra medida que ajuda a reduzir o incomodo é não ingerir
líquidos durante as refeições. E mais: procure sempre fracionar a alimentação e
nunca deitar após comer. Diante da queimação, é preciso ingerir soluções com
ação antiácida, mas caberá a um médico de sua confiança definir qual é a melhor
opção.
10.
Manchas na pele
- Causa
É normal,
nessa fase, a concentração de melanina, que é uma pigmentação escura, em áreas
como auréolas dos seios, axilas, rosto, região genital e linha média do
abdômen, aquela que delimita o umbigo. A melanina também aumenta a
sensibilidade da pele ao sol.
-Solução
Não se
expor aos raios solares sem necessidade e, quando fizer, usar protetor solar e
chapéu. Após o parto, as manchas costumam diminuir de intensidade e desaparecem
com o passar do tempo.
Fontes
Médico
Sérgio Peixoto, ginecologista e obstetra, professor titular do Departamento de
Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC, professor associado
livre-docente do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo e presidente da Comissão de Assistência
Pré-Natal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo);
Médica
Eduardo Watanabe, ginecologista e obstetra, coordenador da equipe obstetrícia
da Maternidade do Hospital Santa Catarina.
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