As
manchas de sangue podem ser de diferentes origens. Procure um médico, mas fique
calma porque, algumas vezes, o sintoma não significa um risco para o bebê
Não
importa a fase da gestação, basta aparecer um ponto de sangue na calcinha para
a futura mãe perder o sono. Preocupação bem-vinda. É urgente mesmo consultar um
obstetra diante das complicações que esse sintoma pode sugerir. Mas nem todo
sangramento é motivo de desespero. Em algumas situações, o sangue é até normal
e não representa risco para a gestação e o bebê, como explica o ginecologista e
obstetra Alexandre Pupo, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
“No
primeiro mês, por exemplo, é normal ter um sangramento leve, comumente
confundido com a menstruação pela data em que acontece. Mas isso é apenas a
implantação do embrião. Quando ele cola na parede do útero, pode romper algum
vaso sanguíneo”, explica Pupo.
Confira
abaixo os possíveis motivos de sangramento nas diversas fases da gravidez e
saiba quando eles denunciam um problema mais ou menos grave. “Em todos os
casos, qualquer sangramento deve ser imediatamente avaliado pelo médico”,
enfatiza o ginecologista.
Primeiro
mês
Cerca de quatro
semanas após a fecundação, ocorre a implantação do embrião na parede do útero.
O movimento pode causar rompimento de vasos sanguíneos, gerando um discreto
sangramento por cerca de dois ou três dias. “É aquele caso confundido com a
menstruação. Mas o fluxo não é intenso. Surgem apenas traços de sangue na
calcinha. Nada abundante”, diz Pupo.
Até o
terceiro mês
Pode
acontecer um sangramento devido ao descolamento do saco gestacional, que está
se moldando ao útero. Fique atenta! Um médico deve ser consultado com urgência
e o repouso será fundamental para que o saco se fixe novamente, evitando um
processo abortivo. “O sangue é eliminado discretamente, em pequenas
quantidades. É escuro, parecido com borra de café, não está associado a cólicas
e pode durar vários dias.” No período, também é possível acontecer o
sangramento de aborto. “Bastante intenso, o sangue é bem vermelho, tem presença
de coágulos e vem acompanhado de fortes cólicas”, explica Pupo.
A partir
do terceiro mês de gravidez
Os
sangramentos são menos comuns nessa fase. Depois do quinto mês, eles podem ser
o sinal de um problema conhecido como placenta prévia. Isso acontece quando a
placenta, o órgão responsável pela oxigenação e alimentação do feto, se fixa no
lugar errado, geralmente perto do colo do útero, e não na parte média, como é o
normal. “É algo raro, mas traz complicações para a gravidez. Por isso, deve ser
diagnosticado o quanto antes”, explica o médico Alexandre Pupo. Ele diz que,
nessa situação, o sangramento é abundante, de cor vermelho-vivo e não vem
acompanhado de cólica.
A
partir do sétimo mês
No final
da gravidez, o risco é outro tipo de hemorragia: o descolamento prematuro da
placenta. “É mais comum após o sétimo mês e em gestantes com pressão alta. Tem
como sintomas, além do tom de sangue vermelho-vivo ou escuro, cólicas fortes e
contrações persistentes”, afirma Pupo. A situação é grave e deve ser tratada
com urgência.
No
nono mês, acontece o sangramento mais esperado. É o que ocorre durante o
trabalho de parto, juntamente com as contrações, quando o útero se rompe “Nessa
hora, a mulher já está acompanhada do médico, que toma todas as providências”,
diz Pupo.
Relação
sexual e hemorroidas
Durante
toda a gestação Dois outros sangramentos são comuns na gravidez, mas nada têm a
ver com o desenvolvimento do bebê. São eles:
-
Hemorroidas: dificilmente é confundido com aborto, já que ocorre a partir da
região anal. “Frequente entre as grávidas devido ao aumento de fluxo sanguíneo
na pélvis, tende a se agravar no final da gravidez por causa da compressão
sobre as artérias da região. Se a mulher perceber sangue nas fezes ou ao se
limpar com o papel higiênico, deve procurar o médico”, aconselha Pupo. O
problema também tem como sintoma dor ao evacuar.
-
Sangue durante ou após a relação sexual: esse sintoma está relacionado a três
causas principais. Uma delas é a infecção vaginal. “Se a mulher estiver com o
problema, o pênis pode machucar a parede da vagina”, explica Pupo. Feridas no
colo do útero, de origem hormonal ou decorrente de alguma doença, são outro
fator de sangramento. E o terceiro tem a ver com a intensidade da relação: os
movimentos bruscos podem causar traumas na entrada da vagina. A posição de
quatro pode ainda provocar uma hemorragia. É que o movimento do pênis costuma
causar um acúmulo de gás na vagina, levando, em alguns casos, ao rompimento do
seu fundo”, conta Pupo. É importante saber que, nas três situações, o
sangramento acontece durante ou imediatamente após a relação. Nunca dias depois
do sexo.
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